terça-feira, 7 de abril de 2009

16, 17, 18, 19 sangue

Ensaiei três semanas para voltar para Sampavelox. Trabalho, obra, muito ichat, open ttd com checos, russos, dinamarqueses, brasileiros, alemães on-line, onde aprendi uma versão vulgar do "get lost" em polonês....

E muito espanto.

Para quem não (ou)viu: na Alemanha foram mortas 16 pessoas por um aluno de 17 anos. Repetiu-se a historia de Erfurt que ocorreu em 2002 com 16 mortos a tiros por um jovem de 19 anos. Tem certos fatos em comum, mas um chama atenção: o jovem de 19 anos era membro de um clube de tiro (Schützenverein), bem como o pai do aluno de 17 anos. A autorização de guardar armas em casa (e na Alemanha que tem uma legislação rígida para aquisição e posse de armas) se baseia neste fato. E o pai guardava uma duzia de armas em casa. De livre acesso.

Para meu espanto, a principal discussão não foi sobre a proibição dos clubes de tiros, organizações tradicionais em muitas pequenas cidades do interior desde a idade média, mas em torno de pornografia e ego-shooters na internet e nos computadores.

E é a internet que cada vez mais vira o principal alvo do poder executivo na sua incansável luta contra a democracia e liberdade: por meio da invocação de ameaças reais de terrorismo, pornografia infantil ou até da corrupção dentro de empresas. Fala-se na proibição de sites na Alemanha. Quanto maior a ameaça, maior o poder de quem invoca a ameaça. Prisão, tortura, invasão da esfera privada e até de outros países são algumas consequencias vistas nos últimos anos. Naturalmente, as medidas cujo foco sempre foi e continua ser o próprio poder, via de regra praticamente fica sem efeito contra estas ameaças e certamente nenhum que justificasse o abandono dos direitos humanos (fãs de Obama: Guantanamo será fechado por causa da sua ineficiencia e não porque eles descobriram que é deshumano). No entanto, é enorme o impacto a estes valores consagrados.

Ressalta-se que até agora na Alemanha não morreu ninguém de ataques terroristas, mas já morreram 32 inocentes por pessoas treinadas em clubes de tiros.

Ou deveríamios chamá-los daqui a diante "clubes de fantasias e treinamento de terroristas"?